GRUPO "Boca da Mata de Teatro": A PRIMEIRA APRESENTAÇÃO DO GRUPO

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A PRIMEIRA APRESENTAÇÃO DO GRUPO

No dia 26 de setembro de 2008, dia da emancipação política de Nossa Senhora da Glória, Sergipe, foi realizada a primeira apresentação do ainda não formado grupo "Boca da Mata" de teatro. A apresentação foi realizada na Pça Filemon Bezerra Lemos, mais conhecida como Pça da Prefeituta ou do coreto, num evento em comemoração ao dia dos idosos.

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SOBRE O GRUPO

Caracterizada pela vegetação seca e pelo clima árido, Nossa Senhora da Glória, localizada no Alto São Francisco, no Sertão sergipano, distante 126 km da capital sergipana, com cerca de 30.000 habitantes, é uma das cidades mais promissoras da região, tanto que é conhecida como “A capital do Sertão”. E foi nesse cenário cercado por cactos e com a temperatura elevadíssima que nasceu o grupo “Boca da Mata” de teatro.

Formado inicialmente, em 2008, por seis jovens sonhadores, o grupo surgiu de forma surpreendente. O professor de Língua Portuguesa e poeta gloriense, Jorge Henrique Vieira Santos, convidou o ex-aluno dele e na época estudante do curso de licenciatura em Teatro da Universidade Federal de Sergipe, Romário Andrade, para que teatralizasse o cordel que ele havia escrito em homenagem aos oitenta anos de emancipação política do município e o apresentasse no dia 26 de setembro, dia do aniversário do mesmo. O jovem, por sua vez, aceitou o convite e logo chamou outros companheiros que ele sabia que certamente iriam acatar a ideia também.

A adaptação do livreto foi chamada de “Glória, contada em versos”. A primeira apresentação dela foi montada improvisadamente. Alguns figurinos, por exemplo, foram conseguidos em casa, com parentes mais idosos ou conhecidos, os que não puderam ser adquiridos dessa maneira foram confeccionados com um material simples chamado TNT, conseguidos por meio de uma pequena ajuda financeira doada pelo próprio escritor do cordel. Apesar de tudo e para a surpresa dos jovens, o espetáculo foi muito elogiado por todos que o assistiram. A partir de então, foram convidados para se apresentarem em outros eventos na mesma sede municipal e, por esta razão, resolveram formar definitivamente um grupo e a ele denominaram “Boca da Mata”, em homenagem ao antigo nome do município.

Depois do êxito do primeiro trabalho, montaram outro chamado “O cárcere da minha alma”. Neste foi realizada uma turnê de aproximadamente um mês, sendo feitas apresentações todos os sábados e domingos, gratuitamente, em um pequeno salão que o grupo adquiriu com um amigo para ser a sua sede.

Escrito por Israel Bispo, também escritor local, o segundo trabalho abandonou a linguagem popular e partiu para um lado erudito. “O cárcere da minha alma” continha um caráter reflexivo e subjetivo. Nele foi feita, através de uma linguagem metafórica e bem rebuscada, uma crítica às pessoas de pensamento pessimista, desesperançadas em relação à mudança de vida, pois acreditam que foram predestinadas para viverem de forma medíocre e, por causa disso, creem não poder mudar. Foi um verdadeiro apelo à liberdade psicológica do ser humano.

Por conta da turnê, foi despertado nas pessoas que participaram dela o desejo de conhecer melhor a arte teatral.

Apesar do pouco tempo de existência, o “Boca da Mata” já conseguiu várias dádivas. Além da divulgação dos seus projetos em alguns veículos de comunicação sergipanos, ele foi agraciado, recentemente, no final de 2009, pela aprovação na seleção dos “Microprojetos Culturais” do programa Mais Cultura, do Ministério da Cultura, do Governo Federal juntamente ao Banco do Nordeste, à FUNARTE, ao INEC e à Secretaria de Estado da Cultura de Sergipe. Com o recurso reembolsado por essas instituições foi adquirida uma estrutura de áudio composta por: microfones headset UHF, mesa acústica, amplificador, caixas acústicas e seus respectivos tripés, DVD player e todo material necessário para a instalação dos equipamentos. Este aparelhamento está possibilitando ao grupo e ao público melhorias em termos de dinamicidade aos atores e técnicos envolvidos e qualidade na compreensão do que estiver sendo apresentado.

E assim, continuamos seguindo firmemente levantando nossa bandeira e gritando nosso lema: "Arte, Cultura e Educação para todos!"